quarta-feira, 28 de junho de 2017

Por que, por quê, porque e porquê

Muitas pessoas têm dúvidas quanto ao uso correto dessas palavras, mas vou explicar o uso dos porquês de uma maneira bem simples, para facilitar o entendimento e a memorização:



Por que


Usamos em perguntas feitas no início da frase.

Ex.: Por que o cliente não aprovou a peça?

Por quê


Utilizamos em perguntas feitas no fim da frase.

Ex.: Você não veio à reunião hoje. Por quê?


Porque


Usamos sempre nas respostas, quanto tiver o sentido de “pois”.

Ex.: Eu não fui à reunião hoje porque (pois) tive um imprevisto.


Porquê


Utilizamos sempre quando for precedido de um artigo, adjetivo ou numeral e expressar “o motivo”, “a causa”.

Ex.: Eu não sei o porquê de o cliente não ter aprovado a peça.

Ex.: Acho complicado entender os porquês da Língua Portuguesa.


E quando não se encaixar em nenhum desses casos? Não for pergunta, nem no início e nem no fim da frase, não der pra ser substituído nem por “pois” e nem por “o motivo”, “a causa”, qual devo utilizar?

“por que”, separado. A maioria das pessoas tende a colocar “porque”, o que é um erro.

Ex: Gostaria de saber por que não me disse a verdade. (por qual razão)

Ex: As causas por que discuti com o cliente são particulares. (pelas quais)

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Há, a, à, ah

Conheça as formas de uso correto de , a, à e ah:




É um verbo impessoal, portanto, sem sujeito, que assume a 3ª pessoa do singular. Ele pode ser utilizado de duas formas:

  • No sentido de existir:

vários funcionários na empresa.
Existem vários funcionários na empresa.

  • No sentido de tempo corrido, equivalente ao faz:

24 anos, a organização está no mercado publicitário.
Faz 24 anos que a organização está no mercado publicitário.

A


Artigo definido. Pode ser utilizado de diversas formas:

  • Junto de nomes próprios. Nesse caso ele também pode ser omitido:

A Marina disse que não viria hoje.

  • Junto de alguns substantivos próprios geográficos:

A França é um lindo país.

  • Junto com alguns títulos:

A diretora da empresa marcou uma reunião.

  • Junto aos nomes de obras literárias e trabalhos artísticos:

Nem todos sabem que a Eneida foi escrita por Virgílio.

A letra “a” também pode ser utilizada como preposição essencial, ou seja, funciona exclusivamente como preposição.

  • Noção de distância:

Jaguariúna está a apenas 32 km de Campinas.

  • Noção de modo:

A máquina tem modo de lavagem a seco.

  • Noção de lugar:

Fui à feira semana passada. (à = preposição a + artigo a)

À


É utilizado quando acontece a fusão entre duas vogais iguais: a (preposição) + a (artigo). Só é utilizado diante de palavras femininas:

Fui à feira semana passada.
Fui àquela festa de inauguração.
Vou à Itália.

Ah


É uma interjeição, portanto exprime nossos sentimentos/estados emotivos. Pode ser utilizado de três maneiras:

  • Admiração, surpresa:

Ah! Então é você que conseguiu a nova conta?!?

  • Alívio:

Ah, que bom que tudo deu certo!

  • Expressão de ênfase:

Ah, quase me esqueci: precisamos enviar o arquivo finalizado para a revista.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Anexo: como utilizar corretamente a palavra

A palavra “anexo” é um adjetivo, portanto é variável e deve concordar com o substantivo em número e gênero.

Exemplos:

Anexos documentos.
Anexo texto.
Anexas tabelas.
Anexa planilha.

Ao contrário do que muitos pensam, a expressão “em anexo” existe e pode ser utilizada. Nesse caso, a locução torna-se um advérbio, portanto invariável. Se você tem dificuldade em concordância, use-a sempre, uma vez que não haverá risco de erro.

Exemplos:

Em anexo documentos.
Em anexo texto.
Em anexo tabelas.
Em anexo planilha.

E quando utilizamos a frase “Seguem anexos textos”, está correto?

Não. Devemos evitar esse tipo de frase, já que se algo está anexo, subentende-se que ele segue, portanto a frase fica redundante. Seria o mesmo que dizer “subir para cima”, o que deve ser evitado.

Exemplo de uso da palavra "anexo" em um e-mail:

Anexas planilhas solicitadas para análise de orçamento. 

Até a próxima dica! =)

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Qual a diferença entre "mal" e "mau"?

Muitas pessoas confundem o emprego correto das palavras "mal" e "mau". Apesar de possuírem pronúncias idênticas, há uma distinção clara na escrita delas e possuem significados diferentes no vocabulário português.

"Mau" é adjetivo e flexiona-se em gênero ("má", "mau") e número ("maus" e "más").

"Mal" é advérbio e não se flexiona, ou seja, possui a mesma forma, seja qual for a sua relação com outros termos da oração.

Não se preocupe, existe uma forma bem prática de memorizá-las, é só guardar a distinção de seus opostos. Opõe-se a mau a palavra bom, e a mal, a palavra bem. Ambas as palavras, bom e bem, obedecem aos mesmos princípios dos quais falamos a respeito de mau e mal. Isto é, bom é uma palavra variável, pois se trata de um adjetivo. Bem, por sua vez, é uma palavra invariável, já que se trata de um advérbio.

Exemplos:

"Maria não estava se sentindo bem."
"Maria estava se sentindo mal."

"Ele é um bom garoto."
"Ele não é um mau garoto."

terça-feira, 26 de agosto de 2014

"Às custas" ou "à custa"?

Muitos jovens dizem que vivem "às custas dos pais" mas, segundo os gramáticos e os dicionaristas, "custa", no plural, tem sentido jurídico específico. São as "despesas feitas com um processo criminal ou cível".

Exemplo:

"Foi obrigado a pagar às custas do processo."

Com outro sentido, a palavra deve permanecer no singular:

Exemplos:

"Ainda vive à custa do pai."
"Conseguiu tudo à custa de muito sacrifício."

Portanto, o correto seria dizer "Muitos jovens dizem que vivem à custa dos pais".

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

"A cores", "à cores" ou "em cores"?

"Em cores" é a opção dos gramáticos e dos dicionaristas, por analogia à expressão "em preto e branco". Vale ressaltar que, se usássemos "a cores", jamais poderíamos utilizar crase. Se "cores" é plural, o artigo não pode estar no singular.

O recomendável, portanto, é utilizar "em cores".

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Terremotos, maremotos e tsunamis

Terremotos, abalos sísmicos ou tremores de terra são termos utilizados para identificar um evento sísmico, conforme o seu "tamanho". Dessa forma, o termo terremoto é reservado para eventos grandes, geralmente aqueles com perdas humanas e grandes estragos.

Os terremotos são ocorrências de falhas ou de fraturas na rocha, ou seja, a rocha trinca, com ou sem deslocamento relativo entre os blocos. Portanto, independente do tamanho dos sismos, a ocorrência de um terremoto não significa que houve uma explosão no interior da Terra e, sim, uma rachadura na rocha, pequena ou grande,  é a que define se o sismo é apenas um tremor de terra ou um terremoto.

Maremotos são terremotos ocorridos nas placas litosféricas sob o mar, as chamadas placas ocêanicas. Portanto, o epicentro de um maremoto fica localizado no mar. Teoricamente ele não provocaria vítimas como um terremoto que ocorre na placa continental e cujo epicentro localiza-se em região populosa.

Contudo, o grande problema do maremoto é que ele gera os tsunamis ou ondas gigantescas, que podem atingir até mais de 20 metros de altura. Essas ondas começam sobre a falha que provocou o maremoto e são geradas por um deslocamento de água, que não é tão grande na região epicentral do sismo. Em alto mar, essas ondas viajam com grande velocidade, mas com amplitude pequena e comprimento de ondas de centenas de metros, o que faria, portanto, um barco apenas oscilar. Entretanto, ao atingir regiões costeiras, onde a profundidade do mar é pequena, a velocidade das ondas diminui e a sua energia fica então acumulada em uma extensão menor de água, provocando aumento na altura da onda e transporte de quantidades incríveis de água por dentro do continente ou ilha.

Os tsunamis podem também ser gerados por explosões vulcânicas. Contudo, não são apenas as regiões próximas do maremoto que podem sofrer com os tsunamis. Em 1960, um terremoto ocorrido na costa do Chile provocou um tsunami que alcançou o Japão. Isto é possível porque a velocidade de um tsunami em alto mar é comparável à de um avião.